Redução de acidentes é prioridade do Ministério do Trabalho
O
setor rodoviário tem sido uma das prioridades do Ministério do Trabalho (MTb)
para garantir saúde e segurança para o trabalhador. Os números de acidentes de
trabalho na área ainda são altos, mas o órgão tem desenvolvido diversas ações
para minimizar esses índices. Uma delas é a campanha de fiscalização deste ano,
que mapeou as rodovias brasileiras de norte a sul do país, autuando empresas
por descumprir a legislação.
“É
estarrecedor constatar que 15% das vítimas fatais por acidente do trabalho são
motoristas de caminhão, seja atuando em empresas cuja atividade principal é o
transporte, seja transportando mercadorias para empresas de outros ramos da
economia. São muitos óbitos concentrados em uma só categoria profissional”,
salienta a secretária de Inspeção do Trabalho, Maria Teresa Jensen.
De
2011 a 2015, o transporte rodoviário de cargas foi responsável por 81.997
acidentes de trabalho, uma média de mais de 17 mil acidentes por ano no setor,
que acumulou 1.503 acidentes fatais, segundo dados do Anuário Estatístico da
Previdência SociaL 2015 (disponível no link).
“Estes
números alarmantes estão diretamente relacionados a aspectos da organização do
trabalho”, afirma o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. “Jornadas
excessivas, pausas insuficientes e longos períodos de afastamento da família,
entre outros fatores, contribuem de forma nefasta e decisiva para a ocorrência
de acidentes nas estradas e nós estamos combatendo essa prática”, acrescenta.
Nos
últimos cinco anos, segundo estatísticas da Previdência, morreram
aproximadamente 2.780 trabalhadores do transporte terrestre, e 5.400 sofreram
acidentes que deixaram sequelas permanentes. Entre todos os setores, o de
transporte figura em primeiro lugar em mortes e o segundo em incapacidades
permanentes.
Preocupado
com essa situação, o Ministério do Trabalho criou um grupo especial de
fiscalização do trabalho em transportes, o Getrac, que utiliza metodologia
diferenciada para a identificação de irregularidades trabalhistas, sobretudo
aquelas relacionadas à jornada dos trabalhadores do setor.
Desde
a criação do grupo já foram fiscalizadas as principais empresas de transporte
rodoviário de cargas do país, cooperativas de transporte e embarcadores, que
são os grandes contratantes do serviço de transporte no país. “A Secretaria de
Inspeção do Trabalho realiza constantes fiscalizações no setor, através do
trabalho da auditoria fiscal presente nas unidades descentralizadas do
Ministério do Trabalho”, enfatiza a secretária.