Quantidade de cooperativas bilionárias dobra em 7 anos no Paraná
Em sete anos, o seleto grupo de
cooperativas com faturamento superior a R$ 1 bilhão ganhou sete novos
integrantes no Paraná. De apenas seis em 2008 (Coamo, Cocamar, C.Vale, Lar,
Agrária e Integrada) o clube do bilhão soma hoje 13 cooperativas. A considerar
o faturamento registrado em 2015, nos últimos anos passaram a reforçar o time
as cooperativas Copacol, Castrolanda, Coopavel, Frimesa, Frísia (antiga
Batavo), Copagril e Coasul. As 13 cooperativas aparecem no ranking das 1000
maiores empresas do Brasil, divulgado há poucos dias pela revista Exame.
Juntas, elas somaram uma receita
superior a R$ 40 bilhões, o equivalente a 65% dos pouco mais de R$ 60 bilhões
do sistema cooperativo paranaense. Três delas respondem por quase R$ 20 bilhões
dos R$ 40 bilhões – Coamo, C.Vale e Lar. E uma delas, a Coamo, sozinha, por R$
10 bilhões. É muito dinheiro. Ou melhor, é muita renda. E uma renda
distribuída. Porque a essência da cooperativa é a distribuição de renda. O que
merece destaque, no entanto, é que a geração dessa receita também está
distribuída. E bem distribuída, por todas as regiões do estado.
Embora cada cooperativa esteja
presente em pelo menos dez municípios em sua área de atuação, a título de
análise do papel econômico e social do sistema, vamos olhar apenas as cidades
onde elas surgiram e também onde está a sede de cada uma. Campo Mourão,
Maringá, Palotina, Medianeira (duas das treze), Guarapuava, Londrina,
Cafelândia, Castro, Cascavel, Carambeí, Marechal Cândido Rondon e São João. Do
Oeste aos Campos Gerais, do Norte ao noroeste, sudeste e região central, em
praticamente todo o Paraná.
O avanço das cooperativas em
faturamento coincide com a década de ouro do agronegócio brasileiro. Um período
em que o país praticamente dobrou a produção e mais que dobrou as exportações
de proteína animal e vegetal. O Brasil acessou novos mercados, investiu em
tecnologia e ganhou competitividade no disputado mercado internacional. O
Brasil, por exemplo, passou a liderar as exportações mundiais de frango e de
soja. E passou a embarcar milho, mercado que antes não existia à produção
brasileira.
No Paraná, as cooperativas não
apenas aproveitaram essa oportunidade como foram além. Em uma nova onda
agroindustrial, como a vivida na década de 90, o estado investiu na indústria
da transformação, adicionou mais valor e renda à produção primária e se
destacou ainda mais no comércio global. Atualmente, mais da metade da produção
do estado passa por algum estágio de processamento.
O investimento se reverteu em
resultado não apenas ao sistema cooperativo, como ao agronegócio paranaense. O
próximo passo, ou a próxima meta das cooperativas, é chegar aos R$ 100 bilhões
de faturamento nos próximos anos. Entre as estratégias está uma presença mais
forte no varejo, o que depende, basicamente, de mais agroindústrias, com maior
agregação de valor.
Cotações na gangorra
Menos mal que boa parte da
produção de soja brasileira da safra passada já foi vendida, embarcada ou
processada pelas indústrias de esmagamento. Com a queda nas cotações
internacionais, balizadas pela Bolsa de Chicago, e o câmbio desfavorável, com o
real se valorizando frente ao dólar, em julho a saca veio abaixo de R$ 80,
média verificada no mercado paranaense no mês de junho. Na sexta-feira, os
negócios no estado tiveram média de R$ 73,04/saca de 60 quilos, segundo
monitoramento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná (Seab). Em apenas um mês, na
cotação em reais a saca de soja recuou mais de R$ 7.
Em Chicago, a cotação em
dólar/bushel despencou de US$ 11,77 em 12 de junho para US$ 10 na última
sexta-feira. O contrato de novembro, referência para a safra no Brasil, recuou
ainda mais e fechou a semana a US$ 9,87. O dólar, variável que vinha dando
sustentação ao mercado brasileiro e mantendo a cotação interna descolada de
Chicago, caiu de US$ 3,60 para US$ 3,25, impactando sobre maneira na
remuneração da soja nacional. Se o câmbio vier a R$ 3, na relação direta com
Chicago a US$ 10, nos próximos meses preço da saca de soja por cair a R$ 66.
Além do câmbio, outra variável cada vez mais ativa é o desempenho da safra dos
Estados Unidos, em pleno desenvolvimento.
FONTE: Jornal Gazeta do Povo