Modernização da legislação é tema de encontro do ministro com trabalhadores e empresários
O ministro do Trabalho, Ronaldo
Nogueira, ouviu reivindicações dos representantes dos trabalhadores e
esclareceu pontos da proposta enviada ao Congresso. Ele propôs a criação
de um grupo com dois técnicos de cada central sindical e do ministério para
discutir pontos do projeto e tentar acolher as propostas das entidades
sindicais. Na reunião, as centrais defenderam a retirada do regime de urgência
do projeto para que haja mais tempo para a discussão do texto.
O ministro reafirmou seu
compromisso em fortalecer a representação sindical e garantir direitos dos
trabalhadores. "Se deixar o trabalhador na sua singularidade para
negociar, ele fica frágil. A bandeira que eu defendo é o fortalecimento do
movimento sindical", disse.
O secretário-geral da Força
Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, pediu que o projeto também contemple
as federações e confederações como entidades de negociação envolvendo questões
relacionadas aos trabalhadores. A Central Única dos Trabalhadores (CUT)
ponderou que a abertura de novas vagas de emprego depende do crescimento
econômico e distribuição de renda.
O ministro disse que acolheria
todas as críticas e sugestões do meio sindical e afirmou que o governo
está empenhado em fazer as reformas que o país precisa. "O presidente
Michel Temer nos orientou a ouvir, colher opinião e debater com os
trabalhadores, para construir o texto. O importante é que existe essa
disposição de sentar à mesa para dialogar e chegar a um ponto comum",
declarou.
Ronaldo Nogueira disse que
pretende visitar todos os 513 deputados e todas as centrais sindicais para
defender o projeto de modernização da legislação trabalhista. "Vou
defender a nossa proposta. Essa proposta que estamos discutindo aqui",
disse aos sindicalistas. A reunião entre o ministro Ronaldo Nogueira e centrais
sindicais aconteceu na tarde de sexta-feira (20), no Departamento Intersindical
de Estudos Econômicos e Estatísticas (Dieese), em São Paulo.
TRABALHO TEMPORÁRIO
Após o encontro com as centrais
sindicais, o ministro se reuniu com empresários do setor de serviços na sede do
Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizados de Colocação e
Administração de Mão de Obra de Trabalho Temporário de São Paulo
(Sindeprestem).
O presidente da Federação
Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e
Terceirizado (Fenaserhtt), Vander Morales, disse que o ministro quebra um
paradigma ao se reunir com trabalhadores e empresários em busca de um
entendimento sobre a modernização das relações de trabalho e a empregabilidade
no país. Segundo ele, a economia já dá sinais de recuperação.
O ministro declarou que o projeto
de modernização da legislação trabalhista tem potencial para criar até cinco
milhões de novos empregos. "Defender o trabalhador é defender o
emprego", ressalta. "Se alguém precisa ser reconhecido e exaltado é o
presidente Michel Temer, que tem tido a coragem de fazer esse enfrentamento com
uma posição de estadista, não pensando na próxima eleição, mas na próxima
geração", disse o ministro. Ele afirmou que o Brasil não pode mais esperar
pela modernização das relações de trabalho.
O diretor da Associação
Brasileira de Recursos Humanos, Fernando de Carvalho Lima, disse que a entidade
apoia o governo na busca de soluções para o crescimento do emprego no país.
"Aceitamos e queremos essa proposta do diálogo. Estamos a sua disposição e
parabenizando pela sua iniciativa e sua coragem", declarou.