FUTURO: Movimento sindical precisa se reinventar urgentemente
É essencial inventar o sindicato do futuro e é urgente resistir, hoje e agora, aos ataques que visam destruir o movimento sindical e a capacidade coletiva de luta dos trabalhadores. Inventar e resistir são movimentações complementares, se estiverem conectados. A resistência deve incluir a destinação de tempo, dinheiro e trabalho para o investimento na invenção do sindicato do futuro, a ser feita de maneira que consiga animar a própria resistência. O trabalho de invenção passa pelo o sindicato que será capaz de mobilizar as lutas futuras dos trabalhadores, que vai precisar ser atuante e forte, para ser capaz de encantar a militância sindical e colocá-la em movimento de criação.
Com essa visão de futuro o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas no Brasil – Fenatracoop, Mauri Viana Pereira elaborou e colou em prática a Contribuição Confederativa. Isso foi preciso devido a contribuição sindical, que é o pagamento de um dia de trabalho para custeio do sistema sindical, previsto na Constituição Federal e que até novembro de 2017 era devida por todo o trabalhador com carteira assinada ao seu sindicato, se tornou opcional após a reforma trabalhista entrar em vigor.
De acordo com Mauri Viana, há muito a Fenatracoop e seus sindicatos filiados vem defendendo que esta contribuição seja eliminada, pois só servia para manter vivas entidades que não lutam em prol de suas categorias. “Nós temos hoje cerca de 17 mil sindicatos, cada dia surgia um novo. É uma briga, um sindicato querendo invadir a base do outro, uma bagunça total. E tudo isso por que? Pela famigerada contribuição sindical. Acabando com a contribuição, acabam também os oportunistas, acabam os aventureiros e toda a picaretagem que tem no meio sindical, pois muitas vezes os patrões utilizavam do dinheiro do trabalhador para comprar sindicatos”, revela Mauri Viana.
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA
Mauri Viana ressalta que a Fenatracoop, através da portaria 001/2018, aboliu de uma vez, a contribuição sindical e todas as outras taxas, sendo assim, os trabalhadores em cooperativas foi a primeira categoria sindical a pôr fim definitivo a este pagamento. “Amparado pela Constituição Federal, criamos o Sistema Tributário Único Sindical, que é a contribuição confederativa”, afirma Viana ao mencionar que a Fenatracoop estabeleceu as regras para que os sindicatos filiados a federação, facultativamente, em assembleia Aprovassem a instituição do sistema, desde que seguissem as regras descritas na portaria.
O presidente da Fenatracoop ressalta ainda de que, quando o governo, tentou matar as entidades sindicais, inviabilizando a sustentação dos sindicatos, foi preciso buscar um modelo justo que consiga manter o sistema. “A contribuição Confederativa é nada menos que o trabalhador que quer ver seu sindicato vivo, atuante, lutando em prol de seus direitos”, explicou Mauri. Para o líder sindical, que a Contribuição Confederativa é a forma de manter viva toda a organização sindical no país, o que na visão de Mauri Viana é de suma importância para que os trabalhadores não percam ainda mais direitos já conquistados.
Segundo Viana, para que a organização sindical se fortaleça é preciso que todos tenham condições de sobreviver para realizar as ações que lhes são competentes, com os trabalhadores mantendo o seu sindicato e toda a sua representação de grau superior. “O nosso modelo é constitucional, criamos regras claras, que buscam atender apenas e tão somente aos trabalhadores associados aos sindicatos. Não tenho duvidas, que com essa iniciativa, a Fenatracoop vai se tornar um modelo para o movimento sindical no Brasil”, afirma Mauri Viana.