FGTS: Conselho Curador aprova taxa de juros para empréstimo consignado
O Conselho Curador do FGTS
aprovou nesta terça-feira (06) a taxa de juros e o prazo máximo de parcelas
para empréstimos consignados ao fundo de garantia, previstos na Lei
13.313/2016, ratificada em julho pelo Congresso. O Conselho deliberou que o
percentual cobrado pelos bancos não poderá ultrapassar 3,5% ao mês, e o prazo
de pagamento não deverá ser superior a 48 meses.
A decisão foi tomada na última
reunião ordinária do Conselho em 2016, e representa um avanço importante para
os trabalhadores. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que abriu o
encontro, disse que essa nova linha de financiamento vai movimentar a economia
brasileira. “É uma garantia para os bancos e uma alternativa para o trabalhador
que precisa de recursos”, afirmou.
A deliberação do Conselho precisa
ainda ser publicada no Diário Oficial da União (DOU). Depois disso, a Caixa
Econômica Federal terá 90 dias para regulamentar o funcionamento das operações
de crédito. E, apenas após todos esses trâmites, poderão começar a serem
realizados os empréstimos a trabalhadores usando os recursos da conta vinculada
do FGTS e a multa rescisória como garantia de pagamento.
Regras - O valor da garantia
poderá ser de 10% do saldo individual da conta do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS). No caso da multa paga pelo empregador em uma situação de
demissão sem justa causa, despedida por culpa recíproca ou força maior, poderá
ser empenhado 100% do valor.
Para o secretário executivo do
Conselho Curador do FGTS, Bolivar Tarrago, “é uma linha que, para o banco,
representa uma segurança, pois no caso do trabalhador ser demitido, ele
receberá uma parte do FGTS, ou seja, reduz a inadimplência. Para o trabalhador,
vai significar um crédito mais barato e alongado em relação ao que tem hoje no
mercado”.
Financiamento Habitacional
Nessa última reunião do ano, os conselheiros do FGTS também aprovaram uma
alteração no recorte territorial, o que impactará no teto dos valores de
imóveis financiáveis pelo Fundo de Garantia nos municípios com população entre
100 mil e 250 mil pessoas. A mudança atinge 108 municípios de diversas regiões
brasileiras.
A secretária Nacional de
Habitação, Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves, explicou que o objetivo foi
fazer um ajuste de mercado. “Estamos buscando promover contratações em
municípios onde havia demanda, mas não havia teto compatível com essa demanda”,
disse.