Desemprego atinge patamar recorde de 13,5 milhões de pessoas, revela IBGE
A
taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,2% no trimestre encerrado em
fevereiro de 2017, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (31/03) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O
resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções
Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 12,50% e 13,40%, com
mediana de 13,20%. Em igual período de 2016, a taxa de desemprego medida pela Pnad
Contínua estava em 10,2%. No trimestre encerrado em janeiro de 2017, o
resultado ficou em 12,60%.
O
País registrou o patamar recorde de 13,547 milhões de pessoas desempregadas no
trimestre encerrado em fevereiro de 2017, dentro da série histórica da Pnad
Contínua, iniciada no primeiro trimestre de 2012 pelo IBGE.
O
resultado significa que há mais 3,176 milhões de desempregados em relação a um
ano antes, o equivalente a um aumento de 30,6%. Ao mesmo tempo, o total de
ocupados caiu 2,0% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 1,788
milhão de postos de trabalho.
A
taxa de desemprego de 13,2% no trimestre até fevereiro de 2017 é, também, a
mais alta já registrada na série histórica da pesquisa.
A
taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 730 mil brasileiros migraram
para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora
da força de trabalho foi de 1,1% no trimestre encerrado em fevereiro ante o
mesmo período de 2016.
O
nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em
idade de trabalhar, foi estimado em 53,4% no trimestre até fevereiro, o mais
baixo de toda a série histórica.
A
renda média real do trabalhador foi de R$ 2.068 no trimestre até fevereiro. O
resultado representa estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 180,2 bilhões no
trimestre até fevereiro, estável ante igual período do ano anterior.
Desde
janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases
trimestrais para todo o território nacional. A pesquisa substituiu a Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões
metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
anual, que produzia informações referentes somente ao mês de setembro de cada
ano.
CARTEIRA ASSINADA
O
mercado de trabalho brasileiro perdeu 1,134 milhão de vagas com carteira
assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor
privado encolheu 3,3% no trimestre encerrado em fevereiro de 2017, ante o mesmo
período do ano anterior, segundo os dados da Pnad Contínua.
Já
o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,5%, com 531 mil
empregados a mais. O total de empregadores cresceu também 9,5% ante o trimestre
encerrado em fevereiro de 2016, com 359 mil pessoas a mais. O trabalho por
conta própria encolheu 4,8% no período, com 1,129 milhão de pessoas a menos
nessa condição.
Houve
redução ainda de 161 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2,6%
de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar
também encolheu, -2,9%, com 66 mil ocupados a menos.
Fonte: Agência Estado