Contra retirada de direitos e privatização, funcionários dos Correios entram em greve
Depois
de mais de 50 dias de negociação sem sucesso, funcionários dos Correios de 20
estados e do Distrito Federal decidiram na noite da quarta-feira (20/09) entrar
em greve por tempo indeterminado. Segundo a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), apenas
os estados do Acre, Rondônia e Roraima ainda não aderiram à
paralisação.
Entre
as reivindicações da categoria estão 8% de reposição salarial e reajuste de 10%
no valor dos benefícios. Os trabalhadores afirmam que durante as negociações a
direção do Correio se limitou a propor a retirada de cláusulas já existentes
no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Segundo
o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo, a greve por tempo
indeterminado é “Para manter todos os direitos da classe trabalhadora que estão
sendo duramente atacados nesta campanha salarial.” Com o lema
da campanha “Nossos direitos e empregos ficam, Guilherme Campos
sai”, os trabalhadores pedem a saída do presidente dos Correios, a quem
atribuem os cortes e a fracassada negociação.
Os
trabalhadores dos Correios denunciam ainda ameaças de demissão motivada;
corte em investimentos, incluindo novos concursos públicos; a suspensão das
férias dos trabalhadores; retirada de vigilantes das agências, interferências e
o sucateamento no plano de saúde da categoria, além do fechamento de
agências por todo, o que também afeta o serviço prestado à população.
Os
trabalhadores temem que todos esses cortes sirvam para reduzir os custos de
funcionamento da empresa para assim ficar mais atrativa aos investidores em
provável processo de privatização. “Se nós não formos à luta, vamos deixar a
empresa mais barata para ser privatizada”, diz o diretor da Fentect Rogério
Ubine.
Fonte: Rede Brasil Atual